segunda-feira, 14 de novembro de 2011

ELAINE DE JESUS

COMO SURGIRAM OS FERIADOS

Na verdade, o Dia das Mães não tem uma origem comercial. Desde a Grécia Antiga, havia celebrações na entrada da primavera, em homenagem a Reia, mãe de Zeus e considerada matriarca de todos os deuses. Mas essa festa ancestral se perdeu, e o Dia das Mães atual só surgiu no início do século passado, nos Estados Unidos, como homenagem às mulheres que perderam os filhos na Guerra Civil americana. A americana Anna Jarvis conseguiu oficializar primeiro o feriado em sua cidade, Webster, depois no estado de Virginia Ocidental e, em 1914, o feriado se tornou nacional em todo o país. No Brasil, a data começou a ser comemorada sob influência americana - foi introduzida pela Associação Cristã de Moços (ACM) em 1918 - e, em 1932, foi oficializada pelo presidente Getúlio Vargas. Só em 1949 a data ficou mais comercial, quando rolaram propagandas para aumentar as vendas. Outros feriados que têm uma origem "nobre" fora do Brasil e aqui têm caráter mais comercial são o Dia dos NamoradosDia das Crianças e o Dia dos Pais.
FELI$ DIA DAS MÃE$
Comércio fatura mais no Natal e Dia das Mães
Data no Brasil: 25 de dezembro
Data em outros lugares do mundo: 25 de dezembro
Porcentagem comercial*: 11,3%
Como surgiu: O nascimento de Jesus só foi oficializado no dia 25 de dezembro no século 4. Antes, essa data era a comemoração do deus persa Mitra luz. Para aproveitar a festividade que já existia, a igreja trocou uma comemoração por outra
VENDAS: Em 2008, as vendas do Natal fizeram com que o comércio em dezembro faturasse 32% a mais que novembro - só as vendas de vestuário, tecidos e calçados subiram 87%
Data no Brasil: Segundo domingo de maio
Data em outros lugares do mundo: Primeiro ou último domingo de maio
Porcentagem comercial: 8,4%
Como surgiu: Surgiu como uma homenagem a uma mãe americana. No Brasil, começou a ser comemorado no segundo domingo de maio a partir de 1918 e se "comercializou" a partir de 1949
Vendas: Os segmentos que mais lucram na data são os de eletrodomésticos e itens pessoais, como roupas, perfumes e bijuterias. Em 2008, a venda de roupas em maio cresceu 42% em relação a abril
Data no Brasil: Segundo domingo de agosto
Data em outros lugares do mundo: Terceiro domingo de junho
Porcentagem comercial: 8,2%
Como surgiu: Começou nos Estados Unidos em 1910, como homenagem a um pai que criou seis filhos sozinho. Lá, o feriado é em junho. No Brasil, a ideia de fazer um feriado para os pais foi do publicitário carioca Sylvio Bhering, em 1953
Vendas: A queda da taxa de natalidade no país derrubou as vendas na data, segundo Emilio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo. Com menos filhos, menos presentes para os pais
Data no Brasil: 12 de junho
Data em outros lugares do mundo: 14 de fevereiro
Porcentagem: 7,9%
Como surgiu: Fora do Brasil, é comemorado no dia de São Valentino, que teria sido um padre romano que era contra uma lei de celibato. Aqui, a ideia foi do publicitário João Doria, que lançou uma campanha em junho de 1949 com o slogan "não é só com beijos que se prova o amor"
Vendas: Como é o mês em que começa a fazer frio no país, a venda de malhas e suéteres é beneficiada
DIA DA CRIANÇA
Data no Brasil: 12 de outubro
Data em outros lugares do mundo: 20 de novembro
Porcentagem: 8,4%
Como surgiu: Criada no Brasil por uma lei de 1924, a data ficou mais comercial nos anos 60, quando um diretor da fábrica de brinquedos Estrela criou uma promoção para incentivar a venda de uma boneca chamada Bebê Robusto. A ideia deu certo e a comemoração emplacou
Vendas: Em outubro, as lojas de brinquedos têm o segundo melhor mês no ano, atrás apenas de dezembro
*QUANTO O MÊS DO FERIADO FATURA EM RELAÇÃO A TODO O ANO DE 2008, SEGUNDO A FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ESTADO DE DE SÃO PAULO
FONTE: REVISTA MUNDO ESTRANHO

domingo, 6 de novembro de 2011

QUEM FOI William Shakespeare ?

  

Quem foi 
Shakespeare é considerado um dos mais importantes dramaturgos e escritores de todos os tempos. Seus textos literários são verdadeiras obras de arte e permaneceram vivas até os dias de hoje, onde são retratadas frequentemente pelo teatro, televisão, cinema e literatura.
Biografia e obras 
Nasceu em 23 de abril de 1564, na pequena cidade inglesa de Stratford-Avon. Nesta região começa seus estudos e já demonstra grande interesse pela literatura e pela escrita. Com 18 anos de idade casou-se com Anne Hathaway e, com ela, teve três filhos. No ano de 1591 foi morar na cidade de Londres, em busca de oportunidades na área cultural. Começa escrever sua primeira peça, Comédia dos Erros, no ano de 1590 e termina quatro anos depois. Nesta época escreveu aproximadamente 150 sonetos.
Embora seus sonetos sejam até hoje considerados os mais lindos de todos os tempos, foi na dramaturgia que ganhou destaque. No ano de 1594, entrou para a Companhia de Teatro de Lord Chamberlain, que possuía um excelente teatro em Londres. Neste período, o contexto histórico favorecia o desenvolvimento cultural e artístico, pois a Inglaterra vivia os tempos de ouro sob o reinado da rainha Elisabeth I. O teatro deste período, conhecido como teatro elisabetano, foi de grande importância. Escreveu tragédias, dramas históricos e comédias que marcam até os dias de hoje o cenário teatral.
Os textos de Shakespeare fizeram e ainda fazem sucesso, pois tratam de temas próprios dos seres humanos, independente do tempo histórico. Amor, relacionamentos afetivos, sentimentos, questões sociais, temas políticos e outros assuntos, relacionados a condição humana, são constantes nas obras deste escritor.
No ano de 1610, retornou para Stratford, sua cidade natal, local onde escreveu sua última peça, A Tempestade, terminada somente em 1613.  Em 23 de abril de 1616 faleceu o maior dramaturgo de todos os tempos, de causa ainda não identificada  pelos historiadores.
Principais obras :
Comédias: O Mercador de Veneza, Sonho de uma noite de verão, A Comédia dos Erros, Os dois fidalgos de Verona, Muito barulho por coisa nenhuma, Noite de reis, Medida por medida, Conto do Inverno, Cimbelino, Megera Domada e A Tempestade.

Tragédias: Tito Andrônico, Romeu e Julieta, Julio César, Macbeth, Antônio e Cleópatra, Coriolano, Timon de Atenas, O Rei Lear, Otelo e Hamlet.

Dramas Históricos: Henrique IV, Ricardo III, Henrique V, Henrique VIII.
Frases de Shakespeare:
- "Dê a todos seus ouvidos, mas a poucos a sua voz."
- "Antes ter um epitáfio ruim do que a maledicência durante toda a vida."
- "Ser, ou não ser, eis a questão."
- "Sem ser provada, a paciência dura".
- "As mais lindas jóias, sem defeito, com o uso o encanto perdem".
- "Pobre é o amor que pode ser contado".
- "Nada me faz tão feliz quanto possuir um coração que não se esquece de seus amigos".
Para saber mais (indicação de livros):
Shakespeare - Vidas Ilustradas
  Autor: Holden, Anthony
  Editora: Ediouro - RJ
- Shakespeare - Coleção L&pm Pocket - Série Biografias
  Autor: Mourthé, Claude
  Editora: L&PM
  

SER OU NÃO SER...

SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO
William Shakespeare

"Hamlet"

Ser ou não ser, eis a questão.
Será mais nobre em espírito viver
Sofrendo os golpes e as frechadas da afrontosa sorte
Ou armas tomar contra um mar de penas.
Dar-lhes um fim: morrer, dormir...
Só isso e, por tal sono, dizer que acabaram
Penas do coração e os milhões de choques naturais
Herdados com a carne? Será final
A desejar ardentemente... Morrer, dormir;
Dormir, sonhar talvez... Mas há um contra,
Pois nesse mortal sonho outros podem vir,
Libertos já do mortal abraço da vida...
Deve ser um intervalo... É o respeito
Que de tal longa vida faz calamidade
Pois quem pode suportar do tempo azorrague e chufas,
Os erros do tirano, ultrajes do orgulho,
As angústias de amor desprezado, a lei tardia,
A insolência das repartições e o coice destinado
Pelos inúteis aos meritórios pacientes?
Para quê se pode aquietar-se, acomodar-se,
Com um simples punhal? Quem suportará,
Suando e resmungando,vida de fadigas
Senão quem teme o horror de qualquer coisa após a morte,
País desconhecido, a descobrir, cujas fronteiras
Não há quem volte a atravessar e nos intriga
E nos faz continuar a suportar os nossos males
Em vez de fugir para outros que desconhecemos?...
Assim a todos nos faz covardes nossa consciência,
Assim o grito natural do ânimo mais resoluto
Se afoga na pálida sombra do pensar
E as empresas de mor peso e alto fim,
Tal vendo mudam o seu rumor errando
E nada conseguindo! Sossega agora...
Ofélia gentil? Ninfa, em tuas orações
Sejam sempre lembrados meus pecados.

Tradução de José Blanc de Portugal,
Editorial Presença, 3ª. ed., 1997)

WIILLIAM SHAKESPEARE
(1564-1613)


Ser ou não ser - eis a questão.

Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz, ou pegar-me em armas contra o mar de angústias - e, combatendo-o, dar-lhe fim?
Morrer; dormir; Só isso.
E com sono - dizem - extinguir dores do coração e as mil mazelas naturais a que a carne é sujeita; eis uma consumação ardentemente desejável.

Morrer - dormir - dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte quando tivermos escapado ao tumulto vital nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão que dá à desventura uma vida tão longa.

Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo, a afronta do opressor, o desdém do orgulhoso, as pontadas do amor humilhado, as delongas da lei, a prepotência do mando e o achincalhe que o mérito paciente recebe dos inúteis, podendo ele próprio encontrar seu repouso com um simples punhal?

Quem agüentaria fardos gemendo e suando numa vida servil, senão porque o terror de alguma coisa após a morte - o país não descoberto, de cujos confins não voltou jamais nenhum viajante - nos confunde a vontade, nos faz preferir e suportar os males que já temos, a fugirmos para outros que desconhecemos?

E assim a reflexão faz todos nós covardes.
E assim o matiz natural da decisão se transforma no doentio pálido do
pensamento. E empreitadas de vigor e coragem, refletidas demais, saem de seu caminho, perdem o nome de ação.
(Hamlet, Ato III, cena 1)